Mariana Lara
A desapropriação do Hipódromo Serra Verde trouxe uma grande dor de cabeça aos empreiteiros, organizadores e entidades esportivas mineiras, nacionais e até mesmo internacionais. Esta decisão do governo estadual gerou polêmica, porque vai acabar com o projeto de criação do Serra Verde Racing Park, que seria formado pelo kartódromo, motódromo e autódromo. A preocupação é principalmente da Falgo Empreendimentos, que arrendou todo o local, com cerca de 800 mil metros quadrados, em setembro de 2005, em contrato firmado com a atual gestão do Jockey Clube.
De acordo com a diretora de negócios da Falgo, Bárbara Lara, a empresa arrendou o terreno do Hipódromo Serra Verde e assumiu uma dívida de R$ 2 milhões para a construção do Serra Verde Racing Park, com investimentos de, aproximadamente, R$ 50 milhões, que prevê, além, do autódromo, a construção de um hotel e de um shopping. Na primeira etapa das obras, orçada em R$ 1,2 milhão, a pista de moto foi revitalizada e outra está em construção. A diretora ficou atônita com a notícia do Governo, e promete se reunir nos próximos dias com advogados para pedir ressarcimento dos valores. Não podemos tomar uma atitude de apropriação, ao meu ver, porque o Governo tem prioridade sobre os investidores privados. Veremos como podemos ser ressarcidos do que já gastamos e do que teríamos de lucros com o projeto. Não entendo porque eles (governo), em várias reuniões que tivemos, garantiram e apoiaram nosso investimento. O projeto está pronto e começaríamos as obras nos próximos meses, pois estamos em processo de alvará e de licenciamento ambiental, e nunca nos foi colocada esta posição do governo .
O arquiteto responsável pela construção do autódromo, Humberto Anastasia, surpreendeu-se com a atitude governamental e não poupou críticas. Foi uma decisão arbitrária. Já estava tudo acertado, inclusive com o envolvimento do governo do Estado. Ouvimos o boato no final do ano e procuramos saber se era verdade. Ninguém nos passou este posicionamento , garantiu. Já fizemos um grande investimento lá e inclusive recebemos uma correspondência do governador desejando sucesso na empreitada. A ficha ainda não caiu, não acredito no que está acontecendo .
O secretário de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia, disse que o projeto do autódromo não é um projeto governamental. Como se trata de uma desapropriação, isso significa que é uma aquisição originária. Nós vamos adquirir o terreno como se fosse pela primeira vez. E, eventualmente, as pessoas vão ter que arrumar outro local em várias áreas do estado. Mas ali não cabe um autódromo com o Centro Administrativo. Certamente, os interessados deverão procurar outra área com essas condições para a instalação desse autódromo, que ainda não foi iniciado, pelo que eu tenho notícia em conversas com o Jockey Clube .
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