Antes de discutir a redução da maioridade penal, o Senado tem obrigação de levantar todos os problemas que envolvem a deficiência das políticas públicas voltadas para a população infanto-juvenil. Essa é a opinião da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que resolveu fazer uma série de pronunciamentos sobre a dívida que o país tem com seus adolescentes. O tema do primeiro deles foi a educação. Na próxima semana ela falará sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Lúcia Vânia trouxe para o debate o resultado do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que apresentou "um desempenho lamentável" da maioria dos alunos matriculados nas escolas públicas brasileiras. Ela observou que os números divulgados não surpreenderam e que o próprio Ministério da Educação elegeu como principal problema a falta de mais investimentos.
Um estudo publicado pela revista Nossa Escola - mostrando os quatro principais passos dados pelos países onde a educação pública apresenta bons resultados - foi divulgado pela senadora. O primeiro passo, de acordo com o estudo, é uma boa seleção para o ingresso de professores na rede pública de ensino. O segundo passo, disse a senadora, é a boa formação dos docentes.
- Além de atrair os melhores alunos para se tornarem professores, com políticas que valorizem a carreira, é preciso que se dê uma formação com qualidade a esse futuro instrutor - afirmou Lúcia Vânia.
O terceiro passo apontado pelo estudo, considerado controverso pela senadora, seria não deixar nenhum aluno para trás, relacionando o alto desempenho ao fato de que todas as crianças devem ser bem sucedidas.
Por último, o quarto passo aponta para a preparação de bons gestores. Esse bom administrador precisa aliar a gerência dos recursos da escola com a criação de um bom ambiente de aprendizagem.
Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) elogiou a iniciativa da senadora e disse esperar perfilar do lado dela quando for travado no Plenário o debate sobre a redução da idade penal. Ele concordou com a tese defendida por Lúcia Vânia de que, em vez de tentar colocar na cadeia os jovens adolescentes infratores, o país precisa oferecer boas condições de moradia, educação, alimentação e saúde para essa população infanto-juvenil que na maioria das vezes sequer vive em uma família estruturada.
Fonte: Agência Senado
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