O estudo “Motivos da Evasão Escolar”, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), informa que as escolas brasileiras estão pouco atraentes para os jovens. A pesquisa afirma que a falta de interesse é a principal razão para meninos e meninas, entre 15 e 17 anos, abandonarem as salas de aula.
Segundo o economista Marcelo Neri, que coordenou a investigação e analisou microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o resultado é uma prova de que o estudante não evade porque precisa gerar renda. “Diferentemente do mito, muitos desses jovens estão fora da escola não porque são de comunidades pobres e têm que trabalhar.
A pesquisa mostra que é em regiões ricas, quando a economia está mais aquecida, que eles deixam a escola”, revela. Mais de 40% dos jovens afirmaram em 2006, ano-base da pesquisa, que deixaram de estudar porque quiseram. A necessidade de migrar para o mercado de trabalho foi apontada por 27,1% dos entrevistados. Para Néri, faltam ao pai de família e ao jovem estudante brasileiro tomar ciência do poder transformador da educação em suas vidas, como os altos impactos exercidos sobre empregabilidade, salário e saúde.
Ainda de acordo com o economista, para trazer de volta o jovem à escola e impedir os que continuam nos bancos escolares de evadirem, o sistema educacional tem de ser mais atraente. “É preciso despertar e conquistar o interesse do jovem em permanecer na escola”, diz. Ele acredita que é preciso levar em conta fatores estruturantes ao se pensar a permanência do aluno na escola, o que nem sempre é feito.
Os estudos procuram olhar a questão pelo lado da oferta. “Agora, quando se analisa o desempenho escolar dos alunos, vai ver que 80% das diferenças de notas de aprendizado nos diversos métodos de avaliação se dá por variáveis do domicílio do aluno ou do nível de educação do pai, da mãe ou ainda da renda da família.
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