* Márcio Carvalho
As vésperas de uma nova convenção
da JPMDB Nacional, percebo a necessidade de coletivamente fazermos algumas
reflexões, autocríticas e assumirmos novos desafios.
Em artigos anteriores comentei as
três fases contemporâneas da JPMDB Nacional ( 2 Coordenadores Nacionais =
impasse político, Gestão João Lages = transição, Gestão Gabriel Souza =
reorganização). Estes três momentos
foram fundamentais para que pudéssemos amadurecer algumas questões dentro da
JPMDB.
A primeira delas é que nenhum
acordo político interno pode ser feito sem ter como alicerce o trabalho real e
de base, com meta programática e fidelidade partidária. As experiências da JPMDB de organização que não
tiveram como base estas premissas inevitavelmente tiveram um fim desastroso. É só com trabalho real que a JPMDB Nacional
cresce, é na ação diária e politizada, só assim fortalecemos nosso projeto
político.
A segunda questão é que a JPMDB é
uma organização plural e nacional. Nossa força vem da nossa unidade política e
do respeito à diversidade de idéias e de projetos políticos. Todas as
experiências de ação política externa da JPMDB pontuais ou regionalizadas, na
maioria das vezes, não obtiveram sucesso e, quando o sucesso foi alcançado, não
perduraram muito. Nosso exemplo positivo neste caso foi o vitorioso II
Congresso Nacional da JPMDB, realizado no Rio de Janeiro em 2012 e o
crescimento em larga escala do MDB Estudantil. Estes exemplos mostram que nossa
força advém de um projeto nacional, respeitada a diversidade e a pluralidade de
idéias, com trabalho de base e ação federativa.
Uma terceira questão que a
realidade nos apresentou é que a JPMDB cresce e amadurece quando pratica o
método dialético (tese-antítese-síntese) na relação com a juventude brasileira
e suas organizações. É na contraposição
e contradição de idéias que leva a outras idéias que melhorarmos nossa ação
pública, nosso programa juvenil partidário, ou seja, precisamos estar “junto e
misturado” com a galera. Só assim teremos uma “práxis” partidária juvenil verdadeira.
Poderíamos citar como quarta
questão a renovação dos quadros da juventude através da promoção destes para
novas tarefas públicas. Exemplo disso é o Presidente Nacional da JPMDB, Gabriel
Souza, suplente de Deputado Estadual no
Rio Grande do Sul que assumiu a Secretaria de Planejamento da sua cidade natal,
Tramandaí. Além do Presidente Gabriel outros quadros também assumiram novas
tarefas nestes últimos meses. Em Fortaleza a companheira Jade Romero assumiu
como Secretária da Coordenadoria de Participação Popular da Prefeitura. Em
Goiás o Presidente da JPMDB Estadual, Pablo Rezende assumiu a Secretaria
Municipal de Juventude da capital. Estes são pontuais exemplos da mudança de qualidade
da ação da JPMDB. Mas o que isso significa? A JPMDB é uma organização
partidária exclusivamente gestora pública agora?
Nem tanto ao céu, nem tanto a
terra. Tenho o entendimento que agora a JPMDB está cumprindo com louvor seu
compromisso com o partido de fornecer quadros qualificados e comprometidos em
melhorar as condições de vida do povo brasileiro. A JPMDB sempre cumpriu este
papel, mas nas fases anteriores tínhamos um crescimento tímido, agora temos uma
geração de novos quadros assumindo novas tarefas.
A JPMDB não muda sua perspectiva
de ação, ela simplesmente agrega mais esta perspectiva e assume o compromisso
de formar cada vez mais quadros que possam representar o partido e a juventude
nas novas tarefas que estão por vir.
Porém é preciso assumir novos
desafios neste contexto.
O primeiro e principal deles é
cuidar da formação política da nossa militância. O crescimento da JPMDB está
intimamente ligado a qualidade de intervenção política dos seus quadros, na
qualidade das suas propostas para a juventude e o Brasil. Sem formação política
nossa juventude está fadada a retroceder na sua evolução política e
organizacional. Nossa formação política tem também de servir como ferramenta de
disputa ideológica na sociedade, é preciso disputar idéias e ideais, é
necessário enfrentar o conservadorismo, o machismo, o coronelismo político , o
individualismo, a alienação com propostas novas, com transparência, honestidade
e participação popular. Não há outro caminho para trilharmos se não for o da
educação. Para isto é preciso educar-se!
O segundo desafio é ampliar nossa
ação nos movimentos sociais que são a expressão verdadeira da sociedade.
Crescer nossa ação estudantil e vital, porém também é necessário debater a ação
das jovens mulheres, dos jovens indígenas, da juventude negra, dos jovens
trabalhadores (urbanos e rurais), do movimento LGBT, dos direitos humanos, do
meio ambiente, dos movimentos de bairro, dos internautas e de todas as outras
expressões de organização da juventude brasileira.
Assumir mais que isso como
desafio político para a próxima gestão da JPMDB também seria desrespeitar a
correlação de forças atuais da sociedade, da JPMDB e do partido.
Bora lá galera!
A luta continua!
“Ontem
um menino que brincava me falou
Hoje
é a semente do amanhã
Para
não ter medo que este tempo vai passar
Não
se desespere, nem pare de sonhar
Nunca
se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe
a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé
na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós
podemos tudo, nós podemos mais
Vamos
lá fazer o que será”
(Nunca
pare de sonhar – Gonzaguinha)
* Marcio Carvalho, 34 anos, é
historiador, Vice-Presidente da Fundação Ulysses Guimarães do Paraná e atua no
momento como Coordenador Geral de Relações Institucionais da Secretaria
Nacional de Juventude do Governo Federal
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