A Juventude do PMDB realizou a maior e mais vitoriosa Convenção Nacional de sua história recente no último dia cinco de fevereiro. Em apenas uma semana de organização (a Executiva Nacional do partido antecipou em 30 dias sua Convenção, o que também gerou a antecipação da Convenção da JPMDB de última hora), reunimos um expressivo número de delegados, mais de 500, além de pelo menos 700 observadores, totalizando algo em torno de 1200 jovens peemedebistas de todos os Estados brasileiros no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, em Brasília.
Muitos duvidavam, mas conseguimos alcançar uma tremenda façanha: o setor que reúne os filiados jovens (aqueles que, reconhecidamente, são mais suscetíveis às agitações, divergências e rebeldias, ou seja, a priori menos tendenciosos à um consenso) de um partido que, talvez por ser o maior, se tornou um conjunto de divergências regionais que culmina numa grande complexidade nacional, elegeu uma chapa única, chamada “Unidos Somos Fortes”, consagrando um dos únicos consensos nacionais que o PMDB já assistiu nos últimos tempos, além de consolidar uma democracia interna bastante enfraquecida pelo desastre político da Convenção de 2004.
Posso afirmar com muita segurança que alcançamos a unidade não apenas na formação da chapa ao Diretório e Executiva Nacionais, mas também em diversas pautas que formam hoje uma agenda nacional da JPMDB. Temos divergências internas, discordamos frontalmente em vários pontos uns dos outros, mas tivemos a maturidade de construirmos convergências mínimas e necessárias.
Somos reconhecedores dos esforços liderados pelo presidente Lula na área de políticas de juventude nos últimos dois governos, quando tivemos avanços significativos no âmbito federal, mas também sabemos que é preciso priorizar a luta pela ampliação e aprofundamento dessas políticas, no sentido de criar uma rede de proteção social para os jovens brasileiros.
Firmamos posição em defesa das juventudes em risco social, àqueles menos favorecidos, mutilados por um sistema político-econômico-social excludente, e temos consciência da importância do Estado como facilitador do acesso à inclusão social.
Sabemos das problemáticas das juventudes, da falta de acesso ao mercado de trabalho, da necessidade de qualificação maciça da mão-de-obra juvenil, da concorrência com a droga e o álcool, da exposição às violências. Sabemos que o brasileiro jovem, negro e pobre é o mais atingido por essas mazelas e que políticas de promoção de igualdade racial para jovens se fazem mais do que necessárias, ao mesmo tempo em que as jovens desse país, recém saídas da adolescência muitas vezes já chefes de famílias, são necessitadas do apoio estatal para prosseguirem na sua vida adulta com dignidade e cidadania.
Conhecemos a dura realidade do jovem camponês, muitas vezes obrigado a se mudar de sua terra natal por falta de possibilidade de melhoria de vida, temos ciência da problemática da sucessão rural, da dificuldade do empreendedorismo no campo, da influência pesada do latifúndio sobre o minifúndio de subsistência.
Não deixamos de abordar a questão da cultura popular e como a juventude a utiliza como maneira de manifestação de suas contrariedades e necessidades, nem tampouco a questão do esporte como instrumento da inclusão social e prevenção à drogadição e ao alcoolismo.
Estudamos o conjunto de indicadores sociais sobre a juventude brasileira fornecidos pelo IBGE, IPEA e outras instituições de credibilidade nacional, e sabemos que ainda é necessário muitos e pesados investimentos nessa faixa etária da população. Temos consciência de que, na verdade, nosso objetivo em comum é gerar perspectiva de futuro aos jovens, fazê-los acreditar que suas vidas hão de melhorar, que o Brasil é e pode ser ainda mais um país criador de oportunidades de vida, que a juventude brasileira será prioridade aos governos desse país.
Vemos as políticas públicas de juventude como um instrumento de fortalecimento do jovem brasileiro, este um potencial ator do progresso, da melhoria coletiva de vida das pessoas, um protagonista da solidariedade e da aproximação à um futuro melhor.
Pode-se dizer então que a JPMDB firmou um pacto por essa causa, por esse Brasil que queremos.
Os desafios são muitos. Queremos crescer nos movimentos estudantis, com intervenções produtivas capazes de auxiliar no processo educacional do país; temos a pretensão de realizar um levante pela formação política de nossa militância, qualificando-a para as lutas do dia-a-dia; nos entusiasmamos com a idéia de apresentar candidaturas que simbolizem nossas idéias e propostas, além de auxiliarmos com o processo de renovação e oxigenação da política brasileira, e somos conscientes da força de nosso partido, o maior do Brasil, e nossa capacidade de intervenção real na vida dos jovens.
Não tenho dúvidas que foi uma Convenção e tanto, capaz de contribuir e somar esforços na busca da melhoria da qualidade de vida dos jovens brasileiros. Realizamos, enfim, um consenso patriótico, pela nossa juventude, pelo nosso partido, pelo nosso país.
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