1) A aprovação do presidente Lula, continua em ascensão, chegando agora a 75%.
2) Dilma mantém a tendência de crescimento, numa velocidade maior do que a queda de Serra. O que indica duas coisas:
a) Dilma avança sobre os indecisos, eleitores de Ciro (que ficou com 10%) e, nesta pesquisa especial sobre os de Marina Silva (6%), o que reforça a tendência de polarização
b) A queda de Serra é um movimento natural de acomodação, são gorduras que ele tinha para queimar. Serra largou de índices muito altos no ano passado por ser o candidato mais conhecido, tendo participado de praticamente todas as eleições majoritárias. Ainda assim, mantém a liderança.
3) A pesquisa identificou que 53% dos brasileiros preferem votar no candidato apoiado pelo presidente Lula. Porém, apenas 58% dos entrevistados sabem que Dilma a sua candidata. Observe que a intenção de votos em Dilma está em 30%, o que corresponde a 57% dos eleitores que prefere votar no candidato apoiado pelo presidente. O que sinaliza que, hipoteticamente, ela tem margem para crescer à medida que mais pessoas souberem que ela é a candidata oficial.
4) Por que o eleitor vota em Dilma? O principal motivo é o apontado acima, porque é candidata apoiada por Lula, mas não só isso, parte dos seus votos vem também (em menor proporção) dos eleitores que consideram indiferente o apoio de Lula. Por que? Porque rejeitam Serra, porque não querem mudar, etc.
5) Ao olhar a espontânea, duas observações:
a) Os números do Ibope continuam indicando o desconhecimento e desinteresse do eleitor continua grande. Apenas 26% citam o nome de um dos quatro pré-candidatos em disputa, Dilma, 14%, Serra, 10%, Ciro e Marina, 1% cada. Aécio que desistiu da disputa tem 3%, Lula, que não pode disputar o terceiro mandato, é o mais citado, com 20%. Há ainda 42% de eleitores que “não sabem”, 7% de Brancos e Nulos e 2% que citaram outros nomes.
b) Dilma se sai melhor que Serra na espontânea, o que pode indicar que parte das intenções de votos de Serra na estimulada vem do “recall” de eleições anteriores, da lembrança dele como ministro da Saúde, Governador, etc ... De toda forma é o que os especialistas chamam de “recall positivo”, que seria um intenção de votos não cristalizada, mas que, bem trabalhada, pode se consolidar.
7) Cenário sem Ciro Gomes – No Cenário sem Ciro Gomes, a diferença entre Serra (38%) e Dilma (33%) se mantém na casa dos 5% - nos levantamentos anteriores Serra herdava mais votos com a saída do ex-ministro. Marina fica com 8%, o que significa que, pela margem de erro, Serra ainda teria chances de vencer no primeiro turno, porém menores.
8) De uma forma geral, com um certo atraso, o Ibope confirma as tendências que já vinham sendo registradas pelos outros institutos. Não há muita novidade.
9) Sobre o “atraso” do Ibope pode estar na diferença de metodologia. Datafolha e Ibope e usam metodologias diferentes: enquanto o primeiro faz entrevistas exclusivamente em pontos de fluxo, o Ibope faz a maioria das entrevistas em domicílios, o que pode justificar o “atraso do Ibope”. O jornalista José Roberto de Toledo, no Blog Vox Pública, no Estadão, abordou este assunto, dia 13. Ele citou entrevista da diretora do Ibope, Márcia Cavallari, à Revista Piauí deste mês: “Márcia expôs o que muitos analistas e pesquisadores intuíam: o indivíduo que vai à rua, que trabalha e que tem contato com um grupo mais heterogêneo de pessoas tende a tomar decisões eleitorais antes daqueles que ficam em casa, restritos ao ambiente doméstico”. Para ler a análise completa clique aqui .
CONCLUSÃO - A conclusão que podemos chegar é que Dilma está em ascensão, mantendo tendência de crescimento, mas Serra consegue se firmar na liderança, com oscilações negativas, mas dentro de um certo grau de estabilidade. Ao compararmos os dados da estimulada com a espontânea observamos que o momento ainda é de grande volatilidade, com a maioria de eleitores ainda desinteressada e com pouco conhecimento da sucessão presidencial.
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