Uma afirmação é consenso entre o povo brasileiro: nossa democracia ainda engatinha. Ela só tem 22 anos, mas graças à força dos que lutaram e sempre acreditaram nela o Brasil pôde oferecer aos seus cidadãos garantias embasadas em uma Constituição firme a qual todos estão subordinados. Mas a existência de uma política feita pelo povo e para o povo nem sempre foi exercida no país. Voltemos no tempo...
Desde o descobrimento, o Brasil sempre foi marcado pela disparidade entre povo e elites. Durante a monarquia, as disputas políticas ocorriam entre poucas camadas da sociedade, onde predominava o poder dos grandes proprietários rurais.
A partir da Proclamação da República, novos atores entram em cena e, a partir de 1930, as camadas populares começam a participar mais intensamente da vida política do País. Porém, esse intervalo de tempo foi marcado pelo ‘voto do cabresto’, em que as eleições eram apenas pretextos para se elegerem cartas marcadas. A partir da Revolução de 30 foi promulgado um novo código eleitoral e a criação da Justiça Eleitoral para fiscalizar e regulamentar as eleições. A partir daí o voto passou a ser secreto e as mulheres adquiriram o direito. Em 37 um golpe criou o Estado Novo, uma ditadura que durou aproximadamente 8 anos.
Em 1945, a Constituição de 46 possibilitou a consolidação e o funcionamento, até o golpe de 64 de 13 partidos. Dentre eles PSD, UDN, PL, PSP, PRP, PDC, PSB, PCB. Para impedir a realização das reformas de base, como a agrária e bancária, no ano de 1964 foi desferido um golpe militar que extinguiu os partidos políticos, acabou com as eleições e impôs censura aos meios de comunicação. Como resposta ao autoritarismo, nasce o MDB: Movimento Democrático Brasileiro, formado por políticos adeptos das reformas sociais.
Posteriormente, o MDB passou a ser visto como aglutinador das forças democráticas do país.
A luta do MDB foi intensa. Em 5 de fevereiro de 1966, o Ato Institucional nº 3 acabou com as eleições diretas para Governador e Vice-Governador dos Estados, para as prefeituras das capitais e das cidades consideradas de “Segurança Nacional”.
Toda sorte de arbitrariedade foi cometida para impedir o crescimento do MDB. No início dos anos 70, depois de editado o Ato Institucional n º 5, muitos políticos chegaram a discutir a tese de autodissolução do MDB. Era enorme a perseguição ao partido e a seus militantes. Cassações, aposentadorias, exílios e mortes misteriosas eram as armas utilizadas pelo regime para intimidar os comandados do Senador Oscar Passos, então presidente MDB.
Após a histórica campanha da “Anticandidatura” de Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho, o MDB se aproximou das camadas populares e se fortaleceu como combatente do autoritarismo. Para garantir a continuidade da luta, os líderes do MDB mudaram o nome da sigla para PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Seis partidos foram criados em 1980 (PMDB, PDS, PP, PTB, PDT, PT).
O regime tentou impedir coligações e estabeleceu a vinculação de votos. O PP resolveu incorporar-se ao PMDB e o fortalecimento do PMDB permitiu o avanço da luta contra a ditadura. E foi assim, até o movimento das Diretas e a eleição de Tancredo Neves na ruptura do regime autoritário.
Sob o comando do eterno combatente Ulysses Guimarães, o PMDB teve destacada atuação na Assembléia Nacional Constituinte, através da Constituição-Cidadã, de 1988, que restabeleceu definitivamente a ordem democrática no país.
Com a vitória de Fernando Collor (PRN) na eleição presidencial de 1989, o PMDB iniciou um trabalho de reorganização do Partido.
Novamente as mudanças e transformações exigidas pela sociedade brasileira levam o PMDB a se mobilizar, através de eleições prévias, para escolher nosso candidato à presidência da República nas eleições de Outubro de 2006.
O PMDB é a experiência político-partidária mais bem sucedida em toda a história política do Brasil. São 4 décadas de luta e de conquistas democráticas.
O PMDB é o maior partido político do país. É um partido aberto aos jovens, às mulheres, aos trabalhadores. Um partido aberto aos democratas de todas as tendências que desejam construir uma sociedade justa, solidária, fraterna e ética.
O PMDB de Tancredo Neves, Theotônio Vilela e Ulysses Guimarães, é o partido democrático que o povo escolheu para promover a justiça social no Brasil.
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